Conselho de Meio Ambiente aprova instalação de usina que transformará lixo em energia elétrica

20/06/2012 07:10

Município será o primeiro do Brasil a utilizar a tecnologia de plasma no tratamento de detritos

Por Elisabeth Soares, Hortolândia 20/06/12 07:04

 

Em breve, o lixo urbano produzido em Hortolândia poderá iluminar residências. A Prefeitura trabalha para implantar uma usina de geração de energia elétrica por meio da gaseificação dos resíduos pela tecnologia de plasma (gás aquecido por descarga elétrica, com temperaturas muito elevadas, acima das obtidas na combustão).
 
O CMMA (Conselho Municipal de Meio Ambiente) já aprovou o projeto da Prefeitura, em reunião realizada dia 6 deste mês. A Usina de Tecnologia de Plasma é uma das ações do projeto Sigah (Sistema Integrado de Gestão Ambiental de Hortolândia) e funcionará no Parque Perón, onde está em operação a URE-Hortolândia (Usina de Reciclagem de Entulho). 
 
Para tratar o lixo municipal de forma que gere energia, será utilizado um reator de plasma onde o detrito se degrada e gaseifica gerando gases menos poluentes do que os obtidos em processos tradicionais de tratamento de resíduos, como em aterros sanitários ou incineração.
 
As principais vantagens técnicas apresentadas são ausência de geração de cinzas e voláteis, produzida pela tradicional técnica de incineração de lixo, não emite fumaça, não gera gases tóxicos, aceita qualquer tipo de resíduo (urbano, municipal, industrial, iôdo de esgoto, pneus, restos de construção, solo contaminado, borras de petróleo, material de desassoreamento de rios, entre outros).
 
De acordo com o secretário municipal de Meio Ambiente, Aldo Aluízio Silva, presidente do CMMA, o tratamento de lixo com tecnologia de plasma é utilizado com sucesso em países como Estados Unidos, Japão, Índia, Austrália, Canadá e Inglaterra, aprovado nas mais rigorosas leis de emissões ambientais daqueles países. 
 
“Com a instalação da usina de plasma, Hortolândia continuará na vanguarda da defesa ambiental nacional, podendo transformar em energia elétrica limpa o que, atualmente, é dispensado no aterro sanitário contratado para este fim. Além dos benefícios ambientais, vamos gerar renda ao município”, disse o secretário.
 

AUDIÊNCIA PÚBLICA

 

O projeto de implantar a usina de plasma será apresentado à população em audiência pública que será realizada, nesta quinta-feira (21), às 15h, na Câmara de Vereadores, localizada na rua Sebastião Custódio de Oliveira, nº 20, bairro Remanso Campineiro. Durante o encontro serão informados todos os detalhes do empreendimento.
 
“Hortolândia será a primeira cidade do Brasil a colocar uma usina de plasma. Vamos transformar o lixo em energia, gerar renda e promover o desenvolvimento sustentável. Repetiremos aqui uma experiência que é sucesso em países de primeiro mundo como Japão e Estados Unidos quando o assunto é o tratamento sustentável de resíduos”, observa o prefeito.
 
Atualmente, Hortolândia produz uma média de 54.000 toneladas de lixo por ano. O material é levado para um aterro particular onde é feita a incineração. O gasto anual com coleta, transporte e destino final é de R$ 6,6 milhões, segundo a Secretaria de Serviços Urbanos. Com a instalação da usina, o lixo será tratado na própria cidade e  transformado em energia elétrica.
 
A nova tecnologia, afirmam os pesquisadores, leva grande vantagem sobre a incineração - um sistema que utiliza temperatura de 800º C e que não queima todos os resíduos porque depende do poder calorífico do próprio lixo -, além de gerar cinzas, material altamente poluente. O reator a plasma, por sua vez, faz a gaseificação desse resíduo com temperaturas entre 5 e 10 milº C, sem gerar cinzas e gases poluentes.
 
 

 

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