Segue imagens do Carnaval 2013 no município de Hortolândia. Houve um grande atraso devido à vistoria do corpo de bombeiros que não havia sido realizada. A organização do evento deu a entender que, após o atraso de 3 horas e meia, já estava tudo regularizado com respeito à vistoria; mas em realidade a prefeitura não recebeu a autorização e pode ser multada no valor de até R$ 400.000,00 pelos 4 dias da programação de carnaval.
No primeiro dia, o Carnaval de Rua se iniciou com o bloco Canário Louco e a Escola de Samba Imperatriz Hortolandense, as quais seguiram as tradições dos carnavais (Rei Momo, Rainha e Princesa do Carnaval, o samba, etc.) e apresentou um desfile contagiante e alegre. No entanto não se percebeu, ainda, temas, trabalhados pelos blocos e escolas de samba, que sejam direcionados à uma crítica social, política e econômica (meio ambiente, corrupção dos políticos, educação, saúde, etc.) que vêm ganhando espaço em várias manifestações culturais ao longo dos anos, e propício para uma festa definida como a "festa do povo". No show, todo mundo vibrou e participou com a presença do cantor Adriano Ribeiro do Rio de Janeiro; mas ainda se espera que artistas do próprio município, também participem dos shows durante o carnaval, podendo assim, realmente afirmar que o carnaval em Hortolândia é uma "festa popular".
Na avenida, o Afoxé Oya Obirin Ode e a Escola de Samba Galo de Ouro foram as atrações do segundo dia de carnaval em Hortolândia. Tanto o Afoxé e a Galo de Ouro demonstraram com excelência o trabalho que vêm sendo desenvolvido por elas ao longo dos anos. A crítica é com respeito à "aplicabilidade das histórias" apresentadas para a realidade do Brasil no século XXI, como o rei momo, os deuses gregos, os índios no descobrimento do Brasil, a escravidão, a capoeira... o que isso significou e o que significa hoje para o mundo, para o Brasil e para Hortolândia?
Nos primórdios, a sociedade resistiu à escravidão, opressões, desigualdades, e celebravam a vida em todos os seus aspectos como ponto culminante do carnaval. No Brasil, "liberdade e samba fazem o carnaval". O que os hortolandenses fazem hoje como prática da liberdade e celebração da vida? O que fazem para resistirem à realidade das desigualdades, da fome, da pobreza, da corrupção e para não serem manipulados pelo "pão e circo" oferecidos pelos políticos?
A celebração no carnaval pode ser uma demonstração de vitórias alcançadas no ano anterior. Vitória contra a fila no hospital e o mau atendimento, vitória por obras que sejam fiscalizadas e respeitem o meio ambiente, vitória pela proteção dos animais, vitória pela participação efetiva do povo no orçamento municipal, vitória por eleições limpas, honestas, com oportunidades iguais para todos os candidatos e sem compra de voto, vendido pelo ignorante político.
Pelo que o carnaval hortolandense está lutando e o que estão celebrando?
Texto e fotografia: Leandro Bolina Nascimento
Equipamento: Nikon D1X com lente Tokina 2.8 135mm e Nikkor 1.4 50mm.